13 de janeiro de 2019

AO OLHAR E OLHAR-SE, A BUSCAR POR NOVAS PERCEPÇÕES.



Olhares – Perspectivas para o Desenvolvimento - 2012 a 2019
Breve Histórico e Vivências.

“Mais do que gerar respostas, almejamos promover questionamentos, ação que toda boa arte traz vinculada a si mesma.”


No mês de novembro de 2004, no Município de Águia Branca, é realizado no Auditório Municipal “Wilson Cruz” uma Oficina de Formação Cineclubista, que foi estimulada, pelo Parque Ecológico Municipal “Recanto do Jacaré” e pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura. A atividade foi realizada com apoio técnico da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo. Resultante da formação, no dia 10 de novembro de 2004, por meio de uma Assembleia de Constituição, é criado o Cineclube Eco Social Águia Branca. 

O Eco Social, foi o primeiro cineclube na região noroeste do Espírito Santo. A Assembleia de Constituição, contou com presença de educadores da rede pública municipal, de membros da Associação Polonesa de Águia Branca, e demais interessados no fomento cultural da cidade de Águia Branca.

Ainda em 2004, o Cineclube Eco Social se filia ao Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros, e participa no mês de dezembro, da 25ª Jornada Nacional de Cineclubes, realizada em São Paulo-SP, evento que marcou ao processo de rearticulação do movimento cineclubista brasileiro.

Nos anos seguinte, o Eco Social, realiza diversificadas apresentações de filmes com sessões cineclubista em vários espaços, como o Parque Recanto do Jacaré, o Auditório Municipal, a Casa Polonesa e nas escolas da rede pública. Participa em 2006, da 26ª Jornada Nacional de Cineclubes realizada em Santa Maria - RS, e inicia após esta jornada, uma ampla difusão do cineclubismo na região noroeste do Espírito Santo. Estimulando e apoiando a criação de cineclubes em outros municípios da região. O cineclube passa a vivenciar ao diálogo com outros espaços e aspectos de fomento social, educacional, humano e ambiental, contribuindo com estas temáticas, a partir do acesso ao cinema, enquanto recurso pedagógico e democrático.

No ano de 2011, o “Eco Social” por meio de um de seus membros, é selecionado para o “Curso de Formação Agente Cultura Jovem” promovido pela Secretaria de Estado da Cultura por meio do Programa Rede Cultura Jovem. Durante as atividades práticas do curso é criado o primeiro esboço do Projeto Olhares – Perspectivas para o Desenvolvimento. O Objetivo da proposta de projeto, era estimular e realizar em Águia Branca, ações de fomento cultural e a intervenções sócios culturais que pudessem contribuir para o desenvolvimento cultural, dialogar com outras manifestações da cultura regional, e consolidar a importância da participação da cultura nos diversos processos de desenvolvimento da região noroeste e de seus municípios.

A metodologia proposta era de utilizar ao recursos do audiovisual e de suas linguagens como ferramenta lúdica e pedagógica, abordando a percepção em se olhar e de olhar aos espaços em nossa volta, promovendo novas percepções e aprendizados, e estimulando ao aprendizado e ao diálogo. Proporcionando a transformação social, no cotidiano popular, nas comunidades e suas relações interpessoais, e no meio ambiente como um todo.

Em 2012, o Cineclube Eco Social, por meio deste projeto elaborado durante o Curso Agente Cultura Jovem, é contemplado no Edital Bolsa Cultura Jovem - Rede Cultura Jovem; e inicia as suas primeiras atividades. Realizando no município de Águia Branca, a um estudo sobre a cultura local, entrevistando à alunos do ensino fundamental e médio, da rede pública de escolas. A pesquisa aprofundou-se em como os adolescentes e jovens, percebiam a presença das manifestações culturais, como identificavam a cultura e a sua importância na formação e educação deles, e como percebiam a participação da cultura no desenvolvimento da cidade e no cotidiano da população.

Nos anos seguintes, o projeto junto ao cineclube e o projeto olhares, continuam promovendo atividades culturais e dialogando com outras manifestações e grupos de cultura, e com outros espaços sociais. Quando no ano de 2014, o “Olhares” foi contemplado no Edital “Mais Cultura nas Escolas” promovido pelo Ministério da Educação e Ministério da Cultura. Passa a se difundir para outros espaços e municípios, atuando regionalmente, por meio de parceria com a Escola Estadual Olegário Martins, passa atender ao município de Água Doce do Norte, com ações voltadas para o relacionamento comunitário, ao resgate e preservação das culturas e identidades no Distrito de Santa Luzia do Azul. E no município de Barra de São Francisco, com a Escola Governador Lindenberg, estimula a ações de música junto a artista Israelle Cândido e outras ações, com cineclube e produção audiovisual. Destes espaços, resulta a produção de dois filmes de curta-metragem: “Uma Escada em Minha Vida” e “Entre Montanhas”.

Após 2015, o projeto e o cineclube, passam a dialogar com outras temáticas e metodologias, abrangendo do tema da cultura para outros aspectos: educação, desenvolvimento social e humano, e outras diversas temáticas de relevância ao fomento social.

O Projeto Olhares e as suas vivências, se difundem para outras regiões, atendendo em 2016 a Região Metropolitana, com a proposta de intercâmbios regionais e compartilhamento de vivências e realidades entre as regiões capixabas. Assim, se realiza a I Mostra de Audiovisual Olhares, com apresentação de filmes realizados pelo Circuito Cine Fusca - Cineclube Eco Social, que circulou alguns municípios do noroeste, formando novos cineclubes e produzindo filmes sobre as identidades e histórias locais. A mostra foi realizada na Universidade Federal do Espírito Santo, no Cineclube Metrópolis. E contou com a presença de alunos da rede pública municipal das cidades: Águia Branca, Governador Lindenberg, Mantenópolis, e de Vitória. E com a presença institucional do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros e da Federação Internacional de Cineclubes.

Em 2017, o Projeto Olhares, alcança o âmbito nacional, realizando em Atibaia – SP, uma sessão cineclubista com o curta “Vida Saudosas Lembranças” do Diretor Luciano Guimarães de Freitas, por meio de parceria com o Grupo Acolher e a Difusão Cultural Atibaia.

Após seis anos de ações e experiências, no ano de 2018, o Projeto Olhares é contemplado pelo primeira vez no Edital de Educação Patrimonial do Fundo de Estado da Cultura do Espírito Santo, para ações neste ano de 2019. Propondo a continuar a busca por novos aprendizados, experiências, vivenciando as diversas formas de se olhar e olhar os ambientes e relações, e inovando as suas próprias metodologias de abordagem, experimentando assim, outras percepções. Neste ano que se inicia, o Projeto Olhares, realiza ações de formação cidadã e cultural, a partir dos temas do meio ambiente e a cultura, realizando ações inovadoras aos processos de educação patrimonial.

As atividades serão realizadas com recursos do Edital 013/2018 Funcultura, e atenderam a localidades entorno de Patrimônios Naturais do Espírito Santo.

As ações serão nos seguintes locais:

Região Serrana:

  • Município de Itaguaçu – Patrimônio Natural: Mata Atlântica. Parceria Institucional: Prefeitura Municipal de Itaguaçu.
  • Município de Afonso Cláudio – Patrimônio Natural: Mata Atlântica. Parceria Institucional: Associação Diacônica Luterana e Cineclube Nalagoa.


Região Metropolitana:

  • Município de Vitória – Patrimônio Natural:  Lameirão - Manguezal.Parceria Institucional: Instituto Manguerê.


Os produtos finais das atividades propostas, será a produção de 06 filmes com temática ambiental e comunitária, realizados por jovens e adolescentes e outras faixas etéricas, sendo moradores e frequentadores dos locais entorno dos patrimônio naturais. Através de oficinas ministradas por profissionais de cinema e educação ambiental. Propondo ao fomento de novas práticas educacionais na valorização do patrimônio natural e cultural, inovando a forma de observação e relação com o contexto ambiental na inter-relação entre o público e o patrimônio, enquanto produtor e receptor de ações.

As atividades serão:

- Palestra de Educação Ambiental; Oficina de Animação; Oficina de Documentário e Oficina de Cineclubismo.

A psicóloga e escritora Lucifrance Carvalhar, em seu texto “A Diferença entre Olhar e Ver”, conceitua com muita propriedade a importância do “olhar”: “Desenvolver o olhar é fundamental, porque ele é ação, é perceber, é conviver, é observar as nuances do outro e de si mesmo”. E nos relata segundo a filósofa Márcia Tuburi: “Aprender a pensar é descobrir o olhar”.

O Projeto Olhares – 2019, é realizado pelo Cineclube Eco Social, com recursos do Edital 013/2018 – Fundo de Estado da Cultura (Funcultura) do Espírito Santo, em parceria com o Instituto Manguerê, e com apoio da Associação Diacônica Luterana (Afonso Claudio) e Prefeitura Municipal de Itaguaçu por meio de sua Subsecretaria de Cultura.

Sendo o seu desenvolvimento, uma ação do Cineclube Eco Social – filiado ao Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros.

Integram a Equipe do Projeto em 2019:

·         Gestão: Instituto Manguerê
·         Coordenação: Alcione Dias e Vera Lúcia Miranda Guimarães.
·         Produção Executiva: Luciano Guimarães de Freitas
·         Oficina de Animação: Bruno Cabús.
·         Oficina de Documentário: Ricardo Sá
·         Oficina de Cineclubismo: Luciano Guimarães de Freitas
·         Palestra de Educação Ambiental: Vera Lúcia Miranda Guimarães


Por Vera Lúcia Miranda Guimarães
Pedagoga com Pós-Graduação em Gestão Ambiental; Gerenciou a criação dos Parques Ecológicos “Recanto do Jacaré” e “Sombra da Tarde”, respectivamente em Águia Branca e Barra de São Francisco, Espírito Santo.
Proponente no Edital 013/2018 – FUNCULTURA - ES Coordenação Pedagógica – Projeto Olhares 2019

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